ESTUDO DA
MARINHA DO BRASIL, que concluiu como sendo a BAIA DE SÃO MARCOS, a melhor opção
para ser sede da SEGUNDA ESQUADRA NAVAL BRASILEIRA
III. RESULTADOS
Os dados da TABELA I permitem estabelecer as
categorias (níveis de intensidade) de classificação dentro dos
critérios definidos (ratings). Cada uma das localidades préselecionadas
foram classificadas em até três categorias
diferentes (categoria 1: ótimo/ alto, categoria 2: bom/ média e
categoria 3: regular/ baixa) ou em categoria binária (sim ou
não). Para isso, foi levantado na literatura especializada e em
documentos com informações técnicas oficiais descrevendo
as características de cada localização. Os julgamentos das
categorias nas alternativas, está apresentada na figura 3, com
a classificação dos ratings, para os 11 critérios e sub-critérios
definidos para seleção da nova base naval.
Portanto, como resultado final deste estudo, as
localizações foram classificadas conforme apresentado na
figura 6.
Um dos principais critérios para a escolha da Baia de São
Marcos, é o fato de atender os requisitos da defesa estratégica
(prioridade = 0,43), considerado como a distância entre a
localidade e a Foz do Amazonas, a Fronteira Marítima Norte
e a Bacia de Campos, o Estado do Maranhão está em uma
região relativamente bem localizada. Entretanto, se a
prioridade defesa estratégica fosse reduzida (figura 7-A), para
valores abaixo de 0,25, a Base Naval de Aratu (Salvador) se
tornaria a primeira opção. Portanto, conforme pode ser
observado na figura 7-A, somente estas duas localidades
seriam selecionadas, caso a prioridade defesa estratégica
fosse modificada. Isso demonstra que colocar em destaque a
defesa das áreas estratégicas (critério defesa estratégica),
atende plenamente a demanda da END, estando mais próximo
da Foz do Rio Amazonas.
Já no caso da defesa junto a costa (critério defesa da costa
com prioridade = 0,21) isto é, defesa das instalações de
grande interesse econômico (figura 7-B), podemos observar
que para valores acima de 0,35, Recife seria a primeira opção,
seguida pela Base Naval de Natal. Isso reflete que estas duas
localizações (Recife e Natal), tem grande número de
instalações e locais de interesse econômico e estratégico,
como portos, industriais, estaleiros, ilhas oceânicas, além de
capitais com alta urbanização junto à costa.
Outro ponto relevante para o funcionamento de uma base
naval de grande porte, é a capacidade de navegabilidade para
grandes embarcações, no caso especifico para a MB, a
operações com navios aeródromos (ou porta-aviões). Como
terceira na classificação (critério navegabilidade com
prioridade = 0,16), a navegabilidade foi estabelecida neste
trabalho pelo calado máximo do canal de navegação e pela
variação de maré no local. Na figura 7-C, podemos
identificar, que caso a prioridade fosse minimizada, para
valores abaixo de 0,1, a Base Naval de Val-de-Cães (Belém)
seria a primeira opção, mas neste caso, não seria possível
operar com navios aeródromos, devido a calado reduzido
junto ao porto. Caso a prioridade para a navegação fosse
ampliada, para valores acima de 0,60, a Base Naval de Aratu
se tornaria a melhor localização, pois possui um calado
máximo que atende para a navegação de grande embarcações
e uma maré de pequena amplitude, que facilita as operações
portuárias.
IV. DISCUSSÃO
Na literatura, o AHP é um método AMD amplamente
utilizado para identificar soluções de diversos problemas,
apesar das críticas de autores que possuem outro tipo de
formação [10]. A abordagem do AHP com Ratings é uma
forma de reduzir a subjetividade de fazer comparações par-apar
das alternativas e de avaliar diretamente os critérios e subcritérios
selecionados através da classificação das categorias.
Para a seleção de uma nova base naval, a aplicação do AHP
com Ratings se demonstrou muito viável como apoio e para
justificar à tomada de decisão, pois foram utilizados critérios
técnicos, sempre com o objetivo de melhor adequar a
operação de uma base militar de grande porte.
Para localização de empreendimento ou novos sites, a
literatura científica aborda diferentes aspectos, sempre
baseado nas demandas identificadas junto aos usuários,
clientes ou dos tomadores de decisão . Entretanto, o presente
trabalho apresenta uma análise limitada, devido a
característica reservada de um assunto que aborda um
importante tema militar, como a localização de base
operacional. Além disso, existem outros aspectos que não
foram abordados e que estão ausentes dos critérios técnicos
utilizados, por exemplo, a pressão político-partidária dos
Estados da região norte e nordeste. A limitação também se
deve ao fato de não ter ocorrido um debate junto às
instituições envolvidas ou mesmo a necessidade de fazer um
levantamento mais detalhado em termos de infra-estrutura e
requisitos operacionais. Entretanto, apesar da decisão da
Marinha já ter sido tomada, conforme informações publicadas
na imprensa nacional, vale destacar que, esta abordagem pode
ser utilizada em trabalho futuros, seja na seleção de uma base
naval ou outro tipo de base militar.
Não se poderia deixar de mencionar, que no ano de 2009,
foi amplamente divulgado na impressa nacional [4], [11] e
[16], que a Marinha do Brasil havia definido que a Baia de
São Marcos, no Estado do Maranhão, próximo a cidade de
São Luis, foi o local escolhido para abrigar a segunda sede da
Esquadra Brasileira. A partir desta divulgação, diversos
outros órgãos dos Estados da Federação que foram preteridos,
apresentaram questionamentos e avaliações, para justificar a
mudança deste de local. Um relatório apresentado pelo
Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará -
UFPA [4], encomendado pela Ordem dos Advogados do
Brasil no Pará - OAB/PA, questionou os critérios técnicos
utilizados pela Marinha para escolha do Estado do Maranhão
e apresentou que o norte da Ilha do Marajó, seria um local
adequado para a nova base naval. É conveniente destacar, que
os autores do presente trabalho, apesar de terem solicitado,
ISSN: 1983 7402 ITA, 27 a 30 de setembro de 2011
não obtiveram acessos a estes documentos completos, tanto
da MB, como da OAB/PA, portanto não pode ser avaliado
aos critérios utilizados.
V. CONCLUSÃO
Como resultado final, a Baia de São Marcos demonstrou
ser a melhor opção para a operação da segunda sede da
Esquadra Brasileira, devido as características técnicas da
região. Este resultado, que também é compartilhado com as
informações divulgada pela Marinha, foi identificado através
de critérios técnicos previamente definidos, sempre com o
objetivo de atender as demandas apresentadas na Estratégia
Nacional de Defesa e da Doutrina Básica da Marinha, além
dos aspectos de navegabilidade das embarcações. Outro ponto
extremamente relevante, é que a Baía de São Marcos esta ao
lado do Centro de Lançamento de Alcântara - CLA, sendo
este o principal centro de lançamento de foguetes do Brasil.
Considerando os planos de longo prazo do Programa Espacial
Brasileiro [1], a região dos municípios de Alcântara e São
Luis, deverá ser um pólo de desenvolvimento tecnológico no
setor aeroespacial. Como ação estratégica (de longo prazo), a
existência do CLA e de uma base naval de uso múltiplo, em
que ambos irão demandar pessoal técnico especializado, tanto
militar como civil, abre uma possibilidade de ações conjuntas
entre a Marinha e Força Aérea, na formação, treinamento de
pessoal e criação de instituições voltadas para a Ciência,
Tecnologia e Inovação aplicado em áreas de Defesa.
Cabe destacar, que a escolha de uma nova base militar,
assim como o caso apresentado em [9], são exemplos
concretos em que órgãos de esfera governamental (militar ou
civil), poderia eventualmente, encaminhar os problemas de
tomada de decisão para instituições públicas de ensino e
pesquisa, que possuem experiência em Pesquisa Operacional
- PO, mais especificamente em Métodos de Estruturação de
Problemas - PSM e em Métodos de Apoio Multicritério à
Decisão - AMD. Esta interação, além de enriquecer a
qualidade do ensino e da pesquisa nacionais, pode permitir ao
tomador de decisão identificar o problema de forma global e
justificar através de técnicas e metodologias conhecidas, a
escolha mais viável ou mesmo a própria decisão tomada.
TODO MATERIAL AQUI
http://www.fcmfmpep.org.br/disciplin...HP_Ratings.pdf
III. RESULTADOS
Os dados da TABELA I permitem estabelecer as
categorias (níveis de intensidade) de classificação dentro dos
critérios definidos (ratings). Cada uma das localidades préselecionadas
foram classificadas em até três categorias
diferentes (categoria 1: ótimo/ alto, categoria 2: bom/ média e
categoria 3: regular/ baixa) ou em categoria binária (sim ou
não). Para isso, foi levantado na literatura especializada e em
documentos com informações técnicas oficiais descrevendo
as características de cada localização. Os julgamentos das
categorias nas alternativas, está apresentada na figura 3, com
a classificação dos ratings, para os 11 critérios e sub-critérios
definidos para seleção da nova base naval.
Portanto, como resultado final deste estudo, as
localizações foram classificadas conforme apresentado na
figura 6.
Um dos principais critérios para a escolha da Baia de São
Marcos, é o fato de atender os requisitos da defesa estratégica
(prioridade = 0,43), considerado como a distância entre a
localidade e a Foz do Amazonas, a Fronteira Marítima Norte
e a Bacia de Campos, o Estado do Maranhão está em uma
região relativamente bem localizada. Entretanto, se a
prioridade defesa estratégica fosse reduzida (figura 7-A), para
valores abaixo de 0,25, a Base Naval de Aratu (Salvador) se
tornaria a primeira opção. Portanto, conforme pode ser
observado na figura 7-A, somente estas duas localidades
seriam selecionadas, caso a prioridade defesa estratégica
fosse modificada. Isso demonstra que colocar em destaque a
defesa das áreas estratégicas (critério defesa estratégica),
atende plenamente a demanda da END, estando mais próximo
da Foz do Rio Amazonas.
Já no caso da defesa junto a costa (critério defesa da costa
com prioridade = 0,21) isto é, defesa das instalações de
grande interesse econômico (figura 7-B), podemos observar
que para valores acima de 0,35, Recife seria a primeira opção,
seguida pela Base Naval de Natal. Isso reflete que estas duas
localizações (Recife e Natal), tem grande número de
instalações e locais de interesse econômico e estratégico,
como portos, industriais, estaleiros, ilhas oceânicas, além de
capitais com alta urbanização junto à costa.
Outro ponto relevante para o funcionamento de uma base
naval de grande porte, é a capacidade de navegabilidade para
grandes embarcações, no caso especifico para a MB, a
operações com navios aeródromos (ou porta-aviões). Como
terceira na classificação (critério navegabilidade com
prioridade = 0,16), a navegabilidade foi estabelecida neste
trabalho pelo calado máximo do canal de navegação e pela
variação de maré no local. Na figura 7-C, podemos
identificar, que caso a prioridade fosse minimizada, para
valores abaixo de 0,1, a Base Naval de Val-de-Cães (Belém)
seria a primeira opção, mas neste caso, não seria possível
operar com navios aeródromos, devido a calado reduzido
junto ao porto. Caso a prioridade para a navegação fosse
ampliada, para valores acima de 0,60, a Base Naval de Aratu
se tornaria a melhor localização, pois possui um calado
máximo que atende para a navegação de grande embarcações
e uma maré de pequena amplitude, que facilita as operações
portuárias.
IV. DISCUSSÃO
Na literatura, o AHP é um método AMD amplamente
utilizado para identificar soluções de diversos problemas,
apesar das críticas de autores que possuem outro tipo de
formação [10]. A abordagem do AHP com Ratings é uma
forma de reduzir a subjetividade de fazer comparações par-apar
das alternativas e de avaliar diretamente os critérios e subcritérios
selecionados através da classificação das categorias.
Para a seleção de uma nova base naval, a aplicação do AHP
com Ratings se demonstrou muito viável como apoio e para
justificar à tomada de decisão, pois foram utilizados critérios
técnicos, sempre com o objetivo de melhor adequar a
operação de uma base militar de grande porte.
Para localização de empreendimento ou novos sites, a
literatura científica aborda diferentes aspectos, sempre
baseado nas demandas identificadas junto aos usuários,
clientes ou dos tomadores de decisão . Entretanto, o presente
trabalho apresenta uma análise limitada, devido a
característica reservada de um assunto que aborda um
importante tema militar, como a localização de base
operacional. Além disso, existem outros aspectos que não
foram abordados e que estão ausentes dos critérios técnicos
utilizados, por exemplo, a pressão político-partidária dos
Estados da região norte e nordeste. A limitação também se
deve ao fato de não ter ocorrido um debate junto às
instituições envolvidas ou mesmo a necessidade de fazer um
levantamento mais detalhado em termos de infra-estrutura e
requisitos operacionais. Entretanto, apesar da decisão da
Marinha já ter sido tomada, conforme informações publicadas
na imprensa nacional, vale destacar que, esta abordagem pode
ser utilizada em trabalho futuros, seja na seleção de uma base
naval ou outro tipo de base militar.
Não se poderia deixar de mencionar, que no ano de 2009,
foi amplamente divulgado na impressa nacional [4], [11] e
[16], que a Marinha do Brasil havia definido que a Baia de
São Marcos, no Estado do Maranhão, próximo a cidade de
São Luis, foi o local escolhido para abrigar a segunda sede da
Esquadra Brasileira. A partir desta divulgação, diversos
outros órgãos dos Estados da Federação que foram preteridos,
apresentaram questionamentos e avaliações, para justificar a
mudança deste de local. Um relatório apresentado pelo
Instituto de Tecnologia da Universidade Federal do Pará -
UFPA [4], encomendado pela Ordem dos Advogados do
Brasil no Pará - OAB/PA, questionou os critérios técnicos
utilizados pela Marinha para escolha do Estado do Maranhão
e apresentou que o norte da Ilha do Marajó, seria um local
adequado para a nova base naval. É conveniente destacar, que
os autores do presente trabalho, apesar de terem solicitado,
ISSN: 1983 7402 ITA, 27 a 30 de setembro de 2011
não obtiveram acessos a estes documentos completos, tanto
da MB, como da OAB/PA, portanto não pode ser avaliado
aos critérios utilizados.
V. CONCLUSÃO
Como resultado final, a Baia de São Marcos demonstrou
ser a melhor opção para a operação da segunda sede da
Esquadra Brasileira, devido as características técnicas da
região. Este resultado, que também é compartilhado com as
informações divulgada pela Marinha, foi identificado através
de critérios técnicos previamente definidos, sempre com o
objetivo de atender as demandas apresentadas na Estratégia
Nacional de Defesa e da Doutrina Básica da Marinha, além
dos aspectos de navegabilidade das embarcações. Outro ponto
extremamente relevante, é que a Baía de São Marcos esta ao
lado do Centro de Lançamento de Alcântara - CLA, sendo
este o principal centro de lançamento de foguetes do Brasil.
Considerando os planos de longo prazo do Programa Espacial
Brasileiro [1], a região dos municípios de Alcântara e São
Luis, deverá ser um pólo de desenvolvimento tecnológico no
setor aeroespacial. Como ação estratégica (de longo prazo), a
existência do CLA e de uma base naval de uso múltiplo, em
que ambos irão demandar pessoal técnico especializado, tanto
militar como civil, abre uma possibilidade de ações conjuntas
entre a Marinha e Força Aérea, na formação, treinamento de
pessoal e criação de instituições voltadas para a Ciência,
Tecnologia e Inovação aplicado em áreas de Defesa.
Cabe destacar, que a escolha de uma nova base militar,
assim como o caso apresentado em [9], são exemplos
concretos em que órgãos de esfera governamental (militar ou
civil), poderia eventualmente, encaminhar os problemas de
tomada de decisão para instituições públicas de ensino e
pesquisa, que possuem experiência em Pesquisa Operacional
- PO, mais especificamente em Métodos de Estruturação de
Problemas - PSM e em Métodos de Apoio Multicritério à
Decisão - AMD. Esta interação, além de enriquecer a
qualidade do ensino e da pesquisa nacionais, pode permitir ao
tomador de decisão identificar o problema de forma global e
justificar através de técnicas e metodologias conhecidas, a
escolha mais viável ou mesmo a própria decisão tomada.
TODO MATERIAL AQUI
http://www.fcmfmpep.org.br/disciplin...HP_Ratings.pdf
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