domingo, 14 de julho de 2013

ITAQUI VISA SE DESTACAR NO COMPLEXO SOJA

 

Itaqui Porto também deve avançar em celulose.

Andrezza Queiroga

30/06/2013



Localizado no Estado do Maranhão, o Porto do Itaqui se destaca por sua capacidade e por projetos audaciosos, que, em breve, entrarão em operação. É o caso, por exemplo do Tegram (Terminal de Grãos do Maranhão) que deve começar a operar no primeiro semestre de 2014 e chega com a promessa de movimentar 10 milhões de toneladas de grãos anuais, o que colocará o complexo como referência no País na exportação deste tipo de carga.

Em entrevista exclusiva ao Guia Marítimo, Daniel Vinent, diretor de planejamento e desenvolvimento da Emap (Empresa Maranhense de Administração Portuária), fala sobre o empreendimento e outras obras que seguem adiante e visam transformar o complexo.

Localizado em São Luís (MA), o porto já pode ser considerado como uma grande promessa para o escoamento de celulose da Suzano Papel e Celulose, que inaugurou fábrica no município de Imperatriz com capacidade de produção de 1,5 milhão de toneladas anuais. Simultaneamente, mantém a construção do terminal que servirá de canal condutor agrícola do Brasil para aquela região.

Guia Portuário – Atualmente, qual a infraestrutura do Porto de Itaqui e como está o planejamento estratégico da Emap?

Daniel Vinent – Itaqui oferece, hoje, sete berços de atracação para uma projeção de movimentação de carga de 16 milhões e meios de toneladas anuais. Somado a isso, trabalhamos no oitavo berço, o 108, que é um píer para movimentação de graneis líquidos e derivados e, além disso, no final de 2012 entregamos o píer 100 de multicargas, que possui, ao todo, 220 metros.

GP – E ainda contam com uma grande promessa, o Tegram, certo?

DV – Exatamente. Temos na nossa retroárea projetos de grande significância como o Tegram, que entra em operação no primeiro semestre de 2014 e deve movimentar 10 milhões de toneladas de grãos anuais. É importante dizer que este projeto já tem a infraestrutura de cais de berço prontas. Outra grande iniciativa na nossa retroárea se refere a uma licitação para a movimentação de carga geral, celulose especificamente. E aí, junto com nossas estações de pátio, manutenção dessas estruturas, de cais e pátios, a gente se prepara para dar vazão a 8 milhões toneladas de cargas novas nos próximos 4 a 5 anos , além dos 16 milhões e meio que devemos chegar este ano. Com destaque, principalmente, para celulosa, com uma movimentação já no final deste ano de 1 milhão e meio de toneladas.

GM – E quanto à movimentação?

DV – As cinco milhões primeiras toneladas de grãos que o Tegram deve movimentar em seu início de operação, ou seja, no primeiro semestre do ano que vem, deverá se dar por conta do crescimento da demanda no interior do Estado e acreditamos que este avanço se dará proporcionalmente com cargas líquidas, entrada de fertilizante e muitos outros mercados.

GM – Como anda o complexo em termos de movimentação com sua atual estrutura?

DV – O porto, no final do 2012, apresentou uma movimentação de 15,6 milhões de toneladas anual. Deste total, 51% é granel sólido. Historicamente, o porto sempre movimentou mais da metade de sua carga com granel líquido. Algo em torno de 46% se refere a este tipo de carga. A parcela desta pizza restante, que ainda é pequena, é destinada à carga geral, que com o desenvolvimento e nosso planejamento estratégico deve ter maior incremento de carga geral, bem como contêineres e outras cargas de projeto.

GM – E quanto aos acessos aos portos, que, atualmente, são grandes gargalos no que diz respeito à infraestrutura portuária em geral?


DV – Os acessos devem ser analisados setorialmente. Por exemplo, no nosso caso. Para entrar no Tegram, o operador ferroviário terá um ramal ferroviário que conectará ao terminal dentro do porto e deve dar vazão as cargas. Acreditamos que 8 milhões de toneladas deverão ser movimentadas no modal ferroviário para atender o Tegram. Quanto aos acessos rodoviários, já no ano passado, tivemos a entrega da duplicação da BR que conecta o porto à BR 135. Além disso, o DNIT (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) já anunciou seu plano estratégico de duplicação da BR 135 em função não só da demanda, mas do projeto da refinaria que já começa a dar vazão a estes escoamentos. Especificamente, quando se cita os portos brasileiros que hoje sofrem com o gargalo rodoviário, o Tegram se espelha também, pois é um projeto no qual a maioria da carga é esperada pelo modal rodoviário e, para isso, também desenvolvemos com a iniciativa privada a melhoria dos pátios de recepção dos caminhões e o gerenciamento disso tudo. Não adianta ter infraestrutura apenas, tem que ter gerenciamento e coordenação. O que acontece é que o projeto Tegram tem capacidade de ir buscar a carga no interior e ele tem domínio econômico e logístico na região, alcançando Tocantins, Maranhão e Piauí. Com a combinação do modal ferroviário com o rodoviário e a infraestrutura estalada e coordenada, a gente espera atingir vários objetivos, dentre eles, a competitividade com o setor de soja, que sai de uma área produtora e alcança o mercado consumidor.

GM – Seria esta a solução para os problemas no escoamento das cargas?


DV
– Existe uma máxima que no mapa de produção de grãos você, naturalmente, dirá que não há um porto apenas que dê conta de tudo isso, então, a máxima é que há espaço para tudo mundo com estrutura, capacidade de armazenagem, produtividade e atrativos com variáveis como canal de acesso com profundidade, berços para receber grandes navios, posicionamento estratégico, como tem Itaqui. O planejamento deve fazer com que determinada posição de soja seja atraída por Itaqui, pois estamos preparados para capturar esta fatia. A gente está atento ao ambiente, acredito que seja este o segredo.

GM – E quanto à MP (Medida Provisória) 595, o senhor acredita que ela possa, de fato, transformar o segmento trazendo infraestrutura e desenvolvimento?
DV
– A gente está atento a todo o processo envolvendo a nova lei, mas é prematuro dizer algo. Temos uma expectativa otimista e esperamos que a iniciativa contribua positivamente para executar e planejar, conseguindo com que as partes interessadas, entendam que a solução do escoamento da sua carga deve ter uma solução melhor possível. Espero que a nova lei contribua com o nicho neste sentido.

GM – E quanto à questão sustentável, como Itaqui se posiciona?

DV – Este é um aspecto muito forte e importante em Itaqui. A bandeira de sustentabilidade é a base de nossos planos. Qualquer um de nossos projetos visa conceitos de responsabilidade social, ambiental e econômica. Se não estivermos convencidos de que determinados projetos não tem esta linha, nós não o desenvolvemos. Nossas contratações, estruturas e coordenação se norteiam com uma visão sustentável. Este conceito está incorporado em nosso DNA.

http://www.guiamaritimo.com.br/itaqu...complexo-soja/

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